terça-feira, 8 de setembro de 2009
SÓCRATES DE NOVO VENCEDOR
Não sei se outro político em Portugal teria a capacidade hoje demonstrada por José Sócrates. Numa semana complexa, em que foi alvo das maiores calúnias por parte das oposições e de alguns comentadores, tendo o debate mais complicado da sua carreira a menos de 3 semanas das eleições, José Sócrates venceu por KO técnico. Um adversário que habitualmente ganha dessa forma os debates em que entra.
Como o fez? Com uma aposta na mesma estratégia que Louçã usou para derrotar claramente Manuela Ferreira Leite. Estudou o programa do seu adversário. E foi capaz de o colocar à defesa, tal a surpresa de Francisco Louçã. Ele não esperava que o programa do Bloco que tantas vezes escrutinamos neste blogue, fosse exposto daquela forma ao país.
Porque perdeu Louçã? Porque a sua demagogia populista assente no uso de frases feitas e lugares comuns, nomeando "José Eduardo dos Santos", "Américo Amorim" e mais uns quantos, esbarrou na férrea confrontação com um programa eleitoral, o seu, que contém medidas que nunca contou aos seus novos eleitores.
O núcleo de votantes do BE não se terá assustado porque subscrevem a ideologia revolucionária. Mas o voto do protesto que o tem feito crescer nas sondagens, e que não ia para o PCP pela conotação do totalitarismo económico soviético e do PREC, tem agora um problema: tem memória do que os governos PSD-CDS lhe fizeram. Sabe o que foi Manuela Ferreira Leite como Ministra da Educação e Ministra das Finanças. Mas sofre agora o choque de ver que o PCP não se distingue assim tanto do BE, o seu refúgio esperado. Mais, percebe que o voto de protesto tem um preço: 1000 milhões de euros em perdas de deduções e benefícios fiscais que atingem o coração da classe média. A ausência de uma política de promoção de emprego. Um programa de nacionalizações muito mais extenso do que Louçã queria admitir.
O programa do BE significa o atraso e a paragem da economia portuguesa. Não significa uma visão do mercado com uma forte óptica social como o do PS. Antes se traduz no fim do mercado, e do direito à livre iniciativa e propriedade privada dos meios de produção.
A minha pergunta é se o protesto vale o retrocesso em que deixaria Portugal?
Esta dúvida era tudo o que Louçã queria evitar. E por isso, ele perdeu claramente o debate. E José Sócrates mostrou o que é um líder político de esquerda, moderno, moderado, com uma visão social e vontade de modernizar o país.
KO? Sem dúvida. Não foi só vencer. Foi vencer o mais temível dos adversários. A demagogia é sempre difícil de derrotar. Mas quando é derrotada, é a democracia que ganha.
(Carlos Santos in Blog Câmara de Comuns - Imagem : Net)
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Sócrates mesmo lutando contra o tudo o que há de pior em Portugal demonstra estar à altura do seu papel de 1º Ministro. Não havia neste momento ( e à vista) outro político com este nível. O resto são cançonetas. Serpa
ResponderEliminarBom comentário mais uma vez vindo da Câmara de Comuns. Uma visão do debate com os dois olhinhos da cara. Fernando
ResponderEliminarEm contrapartida, Sócrates tratou o cão com o pêlo do próprio cão, se no debate com Manuela ferreira Leite ficámos com a impressão de que Louçã conhecia melhor o programa do PSD do que a sua líder, desta vez foi Sócrates que surpreendeu Louçã com o conhecimento das medidas que o programa do BE propõe em matéria fiscal. Louçã perdeu o sorriso, contorceu-se. esbugalhou os olhos, deu cambalhotas de retórica, mas não conseguiu contrariar Sócrates. Foi Judite de Sousa que, como já o tinha feito, veio em sua defesa forçando a mudança para o tema do desemprego, domínio em que julgou que Louçã estaria mais à vontade.
ResponderEliminarComo síntese do debate fica uma frase repetida de forma patética por Louçã: "eu sei os números". Só não sabia os números dos benefícios fiscais na saúde e na educação apesar de o seu programa propor a sua eliminação. Aliás, a determinada altura, numa fase de desorientação total, Louçã deixou de dizer que sabia os números e acabou por dizer que sabia que Sócrates tinha os números na ponta da língua, em contrapartida ela conhecia a realidade social, foi tarde, já tinha perdido o debate de forma clamorosa.
O resto foi o habitual de Louçã a repetir eu, eu e mais eu, afirmando-se como o dono da verdade, o detentor de todas as preocupações com os problemas dos portugueses. Mais uma vez Louçã imitou o bispo Edir Macedo. O Jumento
Aqui a mesma estratégia. Só há diferença na imagem que está a condizer. "Ainda está pra nascer quem seja maior que eu". Leitor atento.
ResponderEliminarNão há dúvida que Sócrates é um animal politico.
ResponderEliminarDepois de lhe chegarem « ao pêlo de todas as maneiras possíveis e imaginárias» ele ali continua firmo e hirto como dizia o outro. Não são muitos os que se lhe poçam comparar neste momento. Doctor X
A Família Moniz que tanto fez ao longo destes anos para destroçar o homem, será que o vai conseguir depois de tantas horas e tantas noites a bater sem piedade no seu Governo ? É que parece que nunca deram uma notícia positiva . Caso único no mundo. Vamos esperar pelo resultado final. Vilarinhos
ResponderEliminarO Dr. Portas no seu ex jornal " Independente" arrasava todas as semanas Cavaco Silva. Desta vez eram os Monizes, contra o lº Ministro. Às vezes água mole em pedra dura tanto dá até que fura. E diz-se o Dr. Portas um católico ferveroso ? O Independente chegou a ir entrevistar os avós de Cavaco, pessoas do mais humilde e que nunca estariam de forma alguma preparadas para uma entrevista. A maldade ali era maior do que o nariz do próprio Portas. Enfim. Já caíu no esquecimento. Alda
ResponderEliminarUm debate em que Louçã apesar da sua argumentação bem estudada caíu na passadeira. Sócrates demonstra, quer a gente goste dele ou não. que não é um politico de trazer por casa como a maioria. Eu se habitualmente votasse votaria nele. Tito
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