segunda-feira, 14 de setembro de 2009

DONDE VIESTE FRANCISCO ?



Já aqui escrevi que Francisco Louçã é o BE. Tal conclusão não é depreciativa, antes pelo contrário. Dos dirigentes dos grupos de extrema-esquerda que deram origem ao Bloco, nomeadamente Fazenda e Portas, Louçã era o único que sabia o que queria e para onde ia. Era o único que, desde jovem, desenvolveu uma atitude critica, enquanto marxista, à «construção do socialismo» na URSS e, também, na China e na Albânia (Fazenda e Portas foram acríticos estalinistas até muito tarde). Em todos os anos na LCI e no PSR (e bebendo alguns desenvolvimentos teóricos e doutrinários da IV Internacional), Francisco Louçã alimentou-se mais de Marx do que de Lenine, ao invés dos seus companheiros de partido (e, obviamente, do PCP). Isso permitiu-lhe, manter-se fiel a Marx (a apropriação dos meios de produção) e, aparentemente, desenvolver uma «divergência» com o leninismo numa questão importante: a ditadura do proletariado. Louçã já aflorou, mais do que uma vez, a ideia de que é possível construir o socialismo, na acepção marxista-leninista do termo, sem ser num regime de partido único. A Venezuela é um bom laboratório de como Francisco Louçã está enganado ou nos quer enganar. Quando o Estado detiver os principais meios de produção (em nome da classe operária, dos trabalhadores, das massas populares, dos pobres e desempregados, do que quiserem), quem controlar o Estado controla tudo: faz da democracia e da liberdade a «democracia» e a «liberdade» de quem controlar o Estado (o partido que controlar o Estado). Cunhal em 1975 retirou a ditadura do proletariado do programa do PCP para não assustar as «massas populares», mas não tinha outro modo de construir o «socialismo» senão através da «ditadura do proletariado», ou seja, a ditadura do partido comunista, enquanto «representante» do «proletariado». Louçã também sabe que é assim, tal como alguns dos seus eleitores que se armam em «românticos». Não há saída: quanto mais o Estado intervier na economia, mais pobreza e mais porrada no lombo de quem trabalha.
( In Hoje há Conquilhas... de Tomás Vasques - Imagem: simPLEX )

3 comentários:

  1. O que me faz confusão é que sendo o Bloco de Esquerda um Partido da Família Comunista nunca fala em nenhum dos grandes mestres e pensadores comunistas. Será que têm medo do eleitorado ? Tilo

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  2. Loução afinal é Marxista-Leninista ? Faz sentido um partido que se diz moderno e em 2009 defender
    o que não resultou em lado nenhum e ainda por cima foi castrador para a liberdade de milhões de humanos ? Beja

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  3. O rapaz do cubo mágico poderia mostrar melhor o que na realidade é o seu partido. É pena andar tão escondido . Aquela coisa de defender as minorias todos o dizem. E depois ? O resto ? E é tanto.. Milena

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