sexta-feira, 14 de maio de 2010

Gárzon deixa Audiência Nacional a chorar depois da suspensão



O juiz espanhol Baltasar Garzón abandonou hoje, a chorar e perante aplausos e gritos de apoio de colegas e advogados, o edifício da Audiência Nacional, pouco tempo depois de ser suspenso cautelarmente de funções.

Vários juízes, como Santiago Pedraz e Fernando Andreu, e funcionários saudaram Garzón, que os abraçou, visivelmente emocionado, antes de sair, a chorar para ser aplaudido por dezenas de pessoas que se concentraram à porta do edifício.

O magistrado foi fortemente aplaudido e ouviu gritos de apoio, como "Garzón, amigo, o povo está contigo".

Minutos antes, Garzón conheceu a decisão do pleno do Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ) que acordou suspender cautelarmente o juiz das funções que ocupava na Audiência Nacional.

Gabriela Bravo, porta-voz do CGPJ, disse aos jornalistas que a decisão foi adoptada por unanimidade pelos 18 membros da entidade reguladora dos juízes em Espanha.

A suspensão surge depois de o Tribunal Supremo ter ordenado esta semana a abertura de um julgamento oral contra Garzón, acusado de prevaricação por se ter declarado competente para investigar os crimes do franquismo.

Antes desta suspensão, Garzón tinha solicitado ao CGPJ a sua transferência para o Tribunal Penal Internacional (TPI), depois de ser convidado a ocupar o cargo de assessor do procurador chefe da instituição durante sete meses.

O CGPJ deverá deliberar ainda hoje sobre o pedido de Garzón, depois de ter solicitado já pareceres ao Governo, ao TPI e à Audiência Nacional sobre o pedido.

A notícia da suspensão foi comunicada a Garzón no momento em que presidia a uma audiência e ouvia o testemunha de um empresário acusado no âmbito da operação denominada "Pretória".

Garzón interrompeu para atender o telefonema urgente, em que a decisão do CGPJ lhe foi comunicada, tendo voltado à sessão para finalizar o testemunho.

Vários juízes e magistrados juntaram-se depois a Garzón, já no seu escritório, onde manifestaram a sua solidariedade ao juiz.

(Texto e foto in Blog: DN - Globo )

3 comentários:

  1. A Direita reaccionária de Espanha não adormece nem com Valiium 100. Estão sempre à espera da próxima vítima. F.... da p....

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  2. Nem a Direita espanhola nem a Portuguesa. A nossa ainda é mais atrasada que a deles . E depois dizem-se todos muito católicos, apostólicos e não sei que mais. Nini

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  3. É crime querer julgar os crimes do Franquismo ? Será possível que muitos espanhóis tenham esquecido o terror do regime de Franco ?

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