domingo, 9 de maio de 2010

ESTADO DE EXCEPÇÃO



«O decretar de tolerância de ponto a propósito da visita do Papa deu o mote para o clima de histeria confessional que assola o País. No site do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o visitante é denominado por "sua santidade", assim como numa circular do presidente da Câmara de Lisboa. Pela PSP descobrimos serem os agentes que vão conduzir o papamóvel "católicos e casados pela igreja".

Nos media, sucedem-se as reportagens "giras" sobre "preparativos", da forra a ouro dos microfones que o Papa usará às crianças de seis anos treinadas para gritar "viva o Papa". O que os pais que trabalham no sector privado vão fazer aos filhos expulsos das escolas estatais (as privadas, incluindo a generalidade das católicas, não encerram), que efeito terá a tolerância de ponto no sector público da saúde e na economia, ou o que os restaurantes e similares vão fazer ao lixo durante três dias ( ecopontos e caixotes nas zonas do trajecto papal serão retirados) não interessa, parece, nada. A propalada maioria sociológica adepta do catolicismo (maioria cuja efectiva aderência os próprios "orientadores", como o cardeal Policarpo, questionam) legitima a conclusão de que "o país é católico". E portanto, voluntária ou involuntariamente, somos todos católicos e, mais, felizes devotos do Papa.» [DN]

Parecer:Por Fernanda Câncio.

(In Blog " O Jumento" - Imagem: Net )

2 comentários:

  1. Há aqui pouca simplicidade e humildade nesta viagem preparada como uma qualquer Madonna ou outra bombástica figura. Os tempos estão dificeis e é preciso cativar uns o eleitorado e outros os fieis. É assim esta vida ! Nina

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  2. A Fernanda Câncio lá vai acertando no alvo. É verdade o que ali está escrito. E quem diz a verdade não merece castigo ou seja... não está pecando. José Joaquim

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