segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

C A S A M E N T O S



Bagão Félix insurgiu-se na, RTP 1, contra a admissibilidade dos casamentos gay nos «casamentos de Santo António», alvitrando que se trata de uma «ofensa à Igreja». Não é verdade. Vamos aos factos: os «casamentos de Santo António» apareceram patrocinados pelo Diário Popular, a partir de 1958, com o intuito de proporcionar um casamento digno a gente pobre. Mas só eram admitidos os «casamentos pela Igrejas», na linha ideológica de «Deus, Pátria, Família». Esta iniciativa acabou em 1974. Em 1997, a Câmara de Lisboa retomou a iniciativa com um sentido mais amplo: sob a égide do Santo António, no dia 12 de Junho, e sob a designação de «casamentos de santo António», começaram-se a celebrar casamentos muçulmanos na Mesquita de Lisboa, casamentos civis no Museu da Cidade e casamentos católicos na Igreja de Santo António. O sentido era óbvio: retomando a tradição, quebraram-se os tabus do «antigamente». A iniciativa, que manteve o objectivo inicial (permitir um casamento digno a pessoas de fracos recursos económicos), democratizou-se, permitindo que pessoas que não se podiam casar «pela Igreja» (divorciados que tinha casado pela igreja no primeiro casamento) ou a quem não queria casar pela Igreja Católica, pudessem ser abrangidos. Não sei se o Santo António foi um santo casamenteiro, mas é essa a lenda. E se foi um santo casamenteiro não se deve importar, tanto quanto Bagão Félix, que se realizem sob a sua égide todos os casamentos admitidos por lei. Questão diferente é a minha opinião pessoal: acho que casamentos de Santo António são uma «piroseira» e que os gays deviam fugir desse folclore a sete pés. Mas o seu direito a concorrer é inalienável.


(Por Tomás Vasques - Hoje há conquilhas - Imagem: Foto de Eduardo Gageiro )

5 comentários:

  1. Bagão Felix o beato falso que com o seu sorriso de ave canora tenta ludibriar o espectador incauto com as suas tiradas à pardal de sequeiro.
    Carlão

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  2. Tomás Vasques tem a memória curta. Ser político está mais que provado de que nos dias que correm é ter falta de carácter e de princípios. Este senhor já não se lembra de quando era do gabinete do Dr. João Soares, na CML, não falava então dos Casamentos de Santo António desta forma displicente e arrogante..."pirosos". Típico desta pseudo-burguesia encapotada de "socialista" mas a quem o povo (que eles são) mas que por se acharem outros e diferentes, lhes cheira mal e mete nojo... logo "pirosos"! E o folclore, quando estava na CML não fazia o senhor folclore? Como ganhavam as eleições? Á custa de Casamentos e outras festas "pirosas" e "folclóricas". Seu PIROSO. Agora anda então muito preocupado com a cultura e seus orçamentos. Espanto... precisa de uma ajudinha é? Está sem tacho? Estranho…

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  3. Muito interessante o texto do Hoje há conquilhas, aliás como a maioria deles. Bem vistas as coisas, se os casamentos de gays estão autorizados por lei, porque não haveriam de ter direitos iguais aos restantes embora também ache
    que poderiam evitar aquele folclore. Aliás o que eu detesto em muitos gays é o folclore que fazem à volta deles. Felizmente não serrá a maioria.
    Dina

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  4. Os Medinas Bagões e Cª Apenas tentam denegrir a Democracia porque eles são afinal as vozes do passado. Mello

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  5. Quando este tipo de pessoas se insurgem o que poderemos dizer nóa em relação a eles ? Mica

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