domingo, 18 de outubro de 2009

RODEADOS DE PESSOAS TERRÍVELMENTE SÓS



Dizem que a solidão é um problema da sociedade moderna e das grandes metrópoles. Cruzamo-nos no elevador com vizinhos e nada sabemos acerca deles, desejando apenas que o elevador suba mais depressa que o normal, e nos tire rapidamente daquela situação constrangedora, de estar junto a uma pessoa num espaço reduzido, sem saber o que lhe dizer. Passámos das tricas e mexericos dos pequenos bairros, para a total indiferença dos bairros modernos. A vizinha colada à janela, que tudo via, tudo sabia e tudo divulgava, mais parece uma espécie em vias de extinção. Ganhámos privacidade, mas perdemos o interesse geral pela nossa existência.

(In blog " Ma ke jeto Mosso" Imagem - Hugo Dias -

5 comentários:

  1. Subscrevo completamente este magnífico post!
    Inteligente, perspicaz e acusador da primeira à última linha! (...)

    Lamento sim, e com muita paixão, é a solidão forçada da velhice, dos muitos velhos ostracizados pela alegada 'juventude'!

    A ânsia de privacidade tem sido o equívoco de procurarem-se liberdades falaciosas, ao invés da que é a legítima... a Liberdade de crescer na maturidade, no respeito mútuo, na solidariedade... e, aprenderem de novo,
    a amarem-se ...
    a si próprios!

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  2. Como diz o Cesar...." Lamento sim, a solidão forçada da velhice, dos muitos velhos ostracizados pela alegada "juventude". Mais do que certo. Certíssimo. Tem de partir de casa esse ensinamento e bem cedo. Os pais e a escola têm a obrigação de transmitir esse valor que é o do respeito pelos mais velhos. Uma sociedade em que a juventude olha a velhice como uma inutilidade é uma sociedade que se esqueceu de quem lutou para que hoje fosse bem diferente dos seus míseros tempos. Jà os orientais têm uma outra visão da velhice
    do que actualmente no mundo ociedental. Peter

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  3. È necessário ver que nos meios grandes sempre houve mais solidão até porque as pessoas dos prédios enormes quase nunca se conhecem até porque o tipo de habitação não se presta ao convivio como nas casas de rés d/ chão. Mas na verdade há hoje uma maior solidão até porque as pessoas trabalham e não cuidam dos seus idosos como antigamente. Mas nesse tempo as mulheres também eram escravas da casa. Viviam encerradas nos lares às ordens do marido e muitas vezes dando-se mal já que nunca tiham coragem de se separar pois quem recbia o ordenado para a casa era o homem. A mulher era apenas a fada do lar no bom e no mau sentido.
    Mica

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  4. Mica,

    Correcto e afirmativo! é uma mulher a escrever o que disse, mas qualquer homem decente tem que concordar com essa verdade que, infelizmente, ainda hoje acontece.

    Por isso falo, escrevo e divulgo em blogs sobre Ana de Castro Osório, Dra. Carolina Beatriz Ângelo e outras antigas lutadoras pelos direitos das mulheres (...)

    Resultado: ninguém me liga, ou deixam-me piadas parvas no e-mail!

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  5. É a solidão sim, é ela a patologia de que todos sofremos hoje!
    No emprego de pouco nos vale pedir apoio ou atenção do colega nosso concorrente e adversário na manutenção do emprego que se esgota…
    Na família, a pouca que existe, competem ele e ela pelos reduzidos recursos expulsando mutuamente as facturas mais pesadas e as tarefas menos lúdicas…
    Os filhos fechados, voluntariamente, nos quartos sem esquecer o “Do Not Disturb” afixado na porta…
    Estão caras as palavras, mais cara está a acção, desaparecida a ternura, resta a prosápia eleiçoeira e humilhante que exibe,os excluídos dos recursos, como adornos de vestimenta de ocasião.
    Basta de cinismo! Gritemos!

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