sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

José Afonso



Baptista Bastos, Para que o não esqueçamos:

'Comparar a obra do poeta às "cançonetas" "dos" Deolinda, como por aí se tenta, é um ultraje e uma demonstrada ignorância. Mas estas comparações não são ingénuas. Fazem parte do arsenal de apoucamento do Zeca, que um sector da vida portuguesa deseja, há muito promover. É desnecessário. A força, a qualidade do imenso trabalho criador do autor de "Traz outro amigo também" não sofre paralelismo com outro qualquer. O que não passa de uma funçanata divertida e trôpega dificilmente poderá ser levada a sério e entendida como "intervenção social e ideológica." As comparações são propositadamente estabelecidas (inclusive por alguma Imprensa desprezível) para fomentar a confusão e enganar tolos. A estratégia não é nova. Ainda há quem não perdoe a Zeca Afonso a magnitude do seu talento e o cariz de uma arte que sempre recusou o panfleto sem desprezar a intenção de revolta.'

Publicado por Miguel Abrantes in Câmara Corporativa - Imagem - Net

3 comentários:

  1. Excelente este pequeno texto do BB. """" Ainda há quem não perdoe a Zeca Afonso a magnitude do seu talento e o cariz de uma arte que sempre recusou o panfleto sem desprezar a intenção de revolta """. George

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  2. Acho que a Ana Bacalhau tem boa voz e canções bonitas embora realmente não se possam considerar canções do nível das de texto do tempo miserável de Salazar. Raquel

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  3. (...) nada tenho pessoalmente contra os Deolinda, pois pretendem na sua boa fé - muito embora liberal - cantar, e "espantar males"...

    Já aqui expressei, muito embora com palavras menores do que a excelência da escrita de Baptista Bastos, a mesmíssima opinião que B.B. tão bem ilustra e sintetiza.

    Uma gentil leitora deste blogue visitou o meu, e deixou lá um comentário simpático que lhe agradeço, manifestando ainda pena por eu não gostar dos Deolinda; caso me leia agora... peço-lhe que compreenda que não é conflito de gerações não apreciar Deolinda:

    - É que, Zeca Afonso... como Mestre... devia ter melhores aprendizes de música de intervenção, no conteúdo e na forma...!

    Abraço a todos
    César

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