sábado, 12 de fevereiro de 2011

Bacalhau com todos



O que aconteceu com a Parva que Sou não passa de outro episódio na longa novela de misérias da oposição portuguesa – esteja quem estiver no Governo. Começou com os revolucionários do cu-sentadismo sem paciência para esperarem pela dialéctica da luta de classes e a recorrerem às mais primárias técnicas de marketing na tentativa de criar um hit instantâneo, e terminou com o Zé Manel a profetizar a chegada de mais um hino anti-Engenheiro, depois de já ter produzido uma inventona sem eira nem beira como aquecimento para a Inventona de Belém. Pelo meio, aconteceu uma parolada extraordinária: a reacção do público foi apresentada como prova da superior relevância social da letra e do glorioso destino político da canção. Mas que reacção foi essa? Pessoas a aplaudir, ordeira e convencionalmente, os artistas do espectáculo musical a que foram assistir. Um fenómeno do Entroncamento que deixou o capitalismo apavorado.

Um dos programas que mais aprecio na TSF é A Playlist de… A edição com a Ana Bacalhau mostra-nos uma forte e encantadora personalidade, de uma frescura infantil, que se filia na tradição do lirismo português clássico. E é essa matriz que ajuda a explicar o seu aproveitamento provinciano e demagógico por todos, à esquerda e à direita.

(In Blog Aspirina B - Imagem: Blogger photo ID )

3 comentários:

  1. O dono do restaurante que costumo frequentar é reacionário, mas no dia em que os "Deolinda" foram ao Coliseu até fechou mais cedo, com o entusiasmo de os ir ver: Pudera, a principal parva é sobrinha, e, saberá ele, pretensamente afecta ao PCP!

    O homem, com o mediatismo dos parvalhões, até se esquece das suas preferências «políticas fascistas»!!

    O grupo anda num aproveitamento confuso, a tentar traduzir o 'status' nacional em refrões populistas, alegadamente de "protesto" mas confirmadamente foleiros, parvos e de retórica super-rasca.

    Boa noite!
    César

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  2. Cesar . Há muito reaccionário que adora correr atrás de qualquer um que ele pensa servir a sua reacionarite aguda. Pena que a Deolinda moça que canta bem com um grupo de bons músicos portugueses se deixem manobrar por pessoal que adoram hinos sobretudo daqueles países onde a liberdade é coisa fechada a sete chaves. As Vozes...

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  3. César. Esse tipo de discurso é que me parece retórica super-rasca. Nem os Deolinda são foleiros nem parvos. Sabem muito bem o que estão a fazer e há muita gente que o reconhece. Acho que devia fazer como o sr. do restaurante e ir também vê-los. Talvez falasse com mais conhecimento de causa. Eles fazem música (muito boa e aconselho vivamente)... os hinos são as pessoas que se fazem... É lamentável ver pessoas da sua geração com esse tipo de discurso...

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