FADO
«Ó musa do meu fado Ó minha mãe gentil Te deixo consternado Num primeiro Abril Mas não esquece quem te amou
E em tua densa mata Se perdeu e se encontrou: Ai essa terra ainda vai
Cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se Um imenso Portugal” (Chico Buarque, ‘Fado Tropical’)
Não, nunca iremos tornar-nos um imenso Portugal. O nosso fado está traçado e, após oportunidades e mais oportunidades desperdiçadas, vamos ser apenas um Portugal dos pequeninos, um Portugal pequenino. Vamos ser o Portugal onde os melhores já não querem governar porque não aguentam a eterna maledicência da rua. Onde o povo tanto lhe faz ser mal ou bem governado porque é sempre contra. Onde ninguém — pessoa, corporação, empresa, sindicato — deixa de achar sempre que tudo lhe é devido e nada lhe é exigível. Onde as grandes construtoras vivem quase todas de sacar ao Estado obras inúteis, porque de outro modo não sabem viver. Onde ninguém pensa a prazo porque há sempre uma eleição pelo meio que não se pode perder, mesmo que seja a feijões, como as europeias que acabamos de atravessar.
Portugal está a tornar-se um sufoco, um país sem saída e sem viabilidade à vista. De que iremos nós viver dentro de dez, vinte anos, já sem fundos europeus? Ninguém sabe, além da inevitável e estúpida resposta: do turismo. Lembro-me de ter feito esta mesmíssima pergunta a Cavaco Silva, era ele primeiro-ministro, há largos anos, e de ele ter olhado para mim como se a pergunta é que fosse estúpida.
( Parte da Crónica de Miguel Sousa Tavares no semanário "Expresso" - Extraído do Jumento - Fotog. Net)
É tal e qual como foi dito; vamos ser apenas um "Portugal dos pequeninos" e a "Quinta das lágrimas"... ao som de Fados de Coimbra!
ResponderEliminarAinda bem que temos figuras públicas como o Miguel que têm voz, não estão acomodadas no seu 'status' e combatem contra tudo,... mesmo que fossem moinhos de vento.
Só faz a obrigação, mas por mim, contudo, tenho de lhe estar agradecido.
O Cesar e muitos de nós não podem nunc a discordar destas palavras do M. Sousa Tavares que por vezes também quando inclina para um lado é marafado como tudo rsss. Não há poder que aguente tanto bota abaixo e tanta maledicência.Depois esta coisa de só exigir e pouco dar em troca só leva a que cada vez menos individuos competentes se queiram abeirar do poder. Joca
ResponderEliminarÉ certo que Miguel Sousa T. é um grande jornalista e escritor. Há quem ache que não é grande coisa numa ou noutra arte. Há sempre quem ache o pior em relação aos melhores. Que continue a ser uma voz na imprensa com qualidade já que de pasquins tipo CM e que tais estamos fartos. Julio
ResponderEliminarÉ pá, agora me lembro, que esse senhor comenta numa estação que voz todos detestam. E agora?
ResponderEliminarO Miguel Sousa Tavares é um jornalista polémico e que não se dobra a partidos nem a patrões. Quando é preciso dar distribui irmãmente as chapadinhas que tem a distribuir. Mas lá por isso não quer dizer que estejamos ( pelo menos eu) de acordo com tudo o que diz.)
ResponderEliminarAcho que o anónimo aí de cima das 12H16 refere-se àquela Estação não de Comboios mas de
ResponderEliminarmá língua liderada pela senhora que queria ser 1ª Dama do Benfica. E se o senhor está lembrado o Miguel S. T já lhe deu uma boa bernardada em directo quando ela num daqueles ataques de comentar a resposta do seu convidado lhe íam saindo os dentinhos da frente. Lembra-se ? Foi a partir daí que eu deixei de ver essa sua Estação.( Glup) Timo