segunda-feira, 15 de junho de 2009
A ANDAR DE ELÉCTRICO
O "Planisfério" aqui representado, mostra os diversos "pontos" do nosso Planeta onde, supostamente e de acordo com o 'sitemeter', há Leitores que de alguma maneira encontraram este Blogue e lhe dedicam alguma atenção.
A ser assim (como gosto de acreditar), expresso desde já o meu Obrigado.
Sendo a "Comunicação" para mim algo de mais importante do que a própria 'comida'
[não estou a subestimar a "Fome"!!], nem que esteja a 'desabafar' para uma única pessoa, se estiver a ser 'escutado' já é motivo de satisfação!
Mais uma vez estou tardiamente agarrado ao teclado, mas é o 'espaço/tempo' que tenho disponível para tentar estabelecer contacto, nem que seja da forma dos chamados "encontros-imediatos", seja de que 'grau' for!
Como veículo de transporte, eu que em 'posts' anteriores já mencionei aviões, helicópteros e outros meios de viajar para além dos da 'imaginação', decidi dizer algo sobre os simpáticos CARROS ELÉCTRICOS da Companhia Carris de Ferro de Lisboa.
Lisboa não tem o monopólio destes 'engenhos'; é algo que se não se encontrar já em funcionamento num lado, há a certeza de noutros sítios serem vistos a funcionar bem, e outras vezes não pelos engarrafamentos de trânsito que provocam!
Portanto, tratando-se de um meio cosmopolita de locomoção mecânica em nada estranho a ninguém, apenas pretendo lembrar alguns 'items' que não são generalistas e, foram, no tempo, muito legitimamente rubricados com assinatura lisboeta.
Não é necessário sugerir que através da Internet e de maneira bem desenvolvida, toda e qualquer curiosidade sobre os "AMARELOS" e seus ascendentes, será cabalmente satisfeita.
No entanto, imaginar «andar de eléctrico» pelos vários pontos da nossa "Velha Terra", sentado, de pé, ou "à pendura" como dantes se podia fazer, é uma pequena loucura que na certa não nos inibirá do direito de se ser "peão", correndo atrás deles para os apanhar em andamento, ou vice-versa, como os antigos "ardinas" o faziam de forma ímpar e acrobática!
Quem andasse 'à pendura', lá tinha o 'pica-bilhetes' a bater com o alicate na carrossaria do 'Eléctrico', a obrigar a saltar para o chão o infractor passageiro clandestino sem bilhete.
A fotografia obtida para ilustração do texto, mostra um 'carro eléctrico' cheio de modernices, e/ou próteses para contentar a segurança dos tempos recentes: portas automáticas que impedem a prática de 'atletismo' que, noutras eras, substituíam os Ginásios!
Os 'avós' do 'Eléctrico' foram os "Americanos" e os "Choras" que, nos seus tempos eram puxados por cavalos e percorriam Lisboa e arredores deslizando as carruagens sobre carris.
E como eram carris, não foi de todo difícil a imaginação, ou a falta dela, de chegar ao nome da Companhia que, depois de electrificada e até hoje, é conhecida por 'CARRIS'.
Ainda sem "estarmos" na Europa, já os súbditos britânicos 'ajudaram' no nosso 'desenvolvimento' ao tomarem a Carris como sua, nos esquemas financeiros de accionistas e outras engenharias 'económicas'...
Um dia "hei-de saber", já que tanta investigação tem havido recentemente no vasculhar e publicar "êxitos" editoriais sobre o 'Estado Novo', a razão porque o Antigo Regime [alérgico a greves], fez 'vista grossa' a uma greve da Carris na década de 60 [meados], para não dizer que a apoiou,... ou mesmo... fomentou!
Talvez algum 'arrufo' com os "Súbditos Britânicos"! que, tendo a "tal aliança" com
Portugal, sempre andaram a dar "facadas no matrimónio"!... Será? Os Historiadores que não se tiram do Arquivo da Torre do Tombo, talvez ainda venham a "tropeçar" sobre este episódio que, por insólito, me deixou sempre da cor dos carros eléctricos: «AMARELO»!
Poderia acabar assim o texto, mas lembrei-me de um «passageiro diário» dos tempos do princípio da primeira República que, todos os dias, ia para o trabalho... e regressava a casa ... sempre de "CARRO ELÉCTRICO"!
Chamava-se TEÓFILO BRAGA, era Doutor,
e exercia o Cargo de
PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
Ainda hoje há quem diga: «Eu não sou parvo! ou julgas que ando para
aqui só para vêr 'andar os carros eléctricos'?»
Se calhar,... até andará!...
e a vêr navios, também!
(/In Blog ALFOBRE do nosso seguidor Cesar Ramos)
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Mais longo do que é habitual, o texto hoje publicado, é de certa forma uma homenagem a esse meio de transporte tão peculiar das ruas de Lisboa. E quem como eu, nasci na província mas tive a sorte de durante a infância ( nem todos a tinham) de ir a Lisboa duas vezes ou três por ano) não se esquece do prazer sentido dos passeios longos ou mesmo curtos nos carros eléctricos da capital. O Cesar Ramos dá-nos hoje uma explicação mais detalhada. As vozes.....
ResponderEliminarLembo-me perfeitamente da greve silenciosa da carris. Os operários cumpriam o horário de trabalho, mas não cobravam bilhetes. Lembro também, (numa carreira para Sacavem), o cobrador perguntava ao passageiro, » sacavide ou moscavem. » E quando roubavamos-lhe o alicate e o atiravamos para o lago do largo D. Estefânia? Traquinices de outros tempos de quem andava à pendura. Por vezes, até ficáva-mos mesmo a ver passar os eléctricos. Obrigado Cesar.
ResponderEliminarCesar tenho aqui em Loulé uma amiga cujo pai foi revisor da Carris trinta e tal anos ( se não me engano ) e ela contava-me por vezes coisas que aconteciam ao pai que são autênticas aventuras, pois aquela vida deve ser muito rica em acontecimentos e pessoas. Anos e anos todos os dias a correr Lisboa... as histórias que não haverão ali para contar.... Boa noite - As vozes...
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