DELÍRIO
Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
Mais abaixo, meu bem! ? num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
Mais abaixo, meu bem! ? disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci…
Olavo Bilac
(In Obvious - Imagem copy : Net )
(...) Para o que lhes havia de dar... a reflexão!
ResponderEliminarMais abaixo, por aí fora, se calhar acabou a beijar-lhe os pés!
Já tínhamos lambe botas que chegassem! Mas, sem ser moralista... está perdoado!
O que é preciso é que a pequena vá às urnas, com as medidas bem aferidas para não fazer nem pensar em mais parvoíces!
[Na Itália, já houve uma candidata a deputada, e foi eleita, com estas 'pancadas' eróticas na mola! - era a Cicciolina, não era? (nem sei escrever o nome)]
Um abraço
César
Cesar nada melhor para cortar o frio eleitoral do dia de hoje. Esta pequena, de certeza que não vota.
ResponderEliminarO seu criador Olavo Billac já não é deste mundo desde 1918. O Brasil sempre foi terra de loucuras sãs e das outras. Entretanto vamos reflectindo cada qual da maneira que mais lhe prouver. O Futuro é já às 8H00.
As vozes.....
Venho colocar o (a) no prouver para que fique aprouver e assim se desfaçam dúvidas sobre se o acordo ortográfico aqui também deu a sua ferroada.
ResponderEliminarAs Vozes.....
Para ajudar a reflectir nestas horas que nos separam dos resultados eleitorais deixo-vos um outro poema de Olavo Bilac que eu considero poeta com letra grande.
ResponderEliminarPecador Este é o altivo pecador sereno,
Que os soluços afoga na garganta,
E, calmamente, o copo de veneno
Aos lábios frios sem tremer levanta.
Tonto, no escuro pantanal terreno
Rolou. E, ao cabo de torpeza tanta,
Nem assim, miserável e pequeno,
Com tão grandes remorsos se quebranta.
Fecha a vergonha e as lágrimas consigo...
E, o coração mordendo impenitente,
E, o coração rasgando castigado,
Aceita a enormidade do castigo,
Com a mesma face com que antigamente
Aceitava a delícia do pecado.
Olavo Bilac, in "Poesias"
Gabriela