sábado, 4 de junho de 2011

Tempo para reflectir......



DELÍRIO
Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
Mais abaixo, meu bem! ? num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
Mais abaixo, meu bem! ? disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci…

Olavo Bilac

(In Obvious - Imagem copy : Net )

4 comentários:

  1. (...) Para o que lhes havia de dar... a reflexão!

    Mais abaixo, por aí fora, se calhar acabou a beijar-lhe os pés!

    Já tínhamos lambe botas que chegassem! Mas, sem ser moralista... está perdoado!

    O que é preciso é que a pequena vá às urnas, com as medidas bem aferidas para não fazer nem pensar em mais parvoíces!

    [Na Itália, já houve uma candidata a deputada, e foi eleita, com estas 'pancadas' eróticas na mola! - era a Cicciolina, não era? (nem sei escrever o nome)]

    Um abraço
    César

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  2. Cesar nada melhor para cortar o frio eleitoral do dia de hoje. Esta pequena, de certeza que não vota.
    O seu criador Olavo Billac já não é deste mundo desde 1918. O Brasil sempre foi terra de loucuras sãs e das outras. Entretanto vamos reflectindo cada qual da maneira que mais lhe prouver. O Futuro é já às 8H00.
    As vozes.....

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  3. Venho colocar o (a) no prouver para que fique aprouver e assim se desfaçam dúvidas sobre se o acordo ortográfico aqui também deu a sua ferroada.
    As Vozes.....

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  4. Para ajudar a reflectir nestas horas que nos separam dos resultados eleitorais deixo-vos um outro poema de Olavo Bilac que eu considero poeta com letra grande.
    Pecador Este é o altivo pecador sereno,
    Que os soluços afoga na garganta,
    E, calmamente, o copo de veneno
    Aos lábios frios sem tremer levanta.

    Tonto, no escuro pantanal terreno
    Rolou. E, ao cabo de torpeza tanta,
    Nem assim, miserável e pequeno,
    Com tão grandes remorsos se quebranta.

    Fecha a vergonha e as lágrimas consigo...
    E, o coração mordendo impenitente,
    E, o coração rasgando castigado,

    Aceita a enormidade do castigo,
    Com a mesma face com que antigamente
    Aceitava a delícia do pecado.

    Olavo Bilac, in "Poesias"

    Gabriela

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