quarta-feira, 12 de agosto de 2009

UNS ATRÁS DOS OUTROS..........



Professor catedrático e pró-reitor da Universidade do Minho escreveu uma carta aberta à líder do PSD afirmando que as listas para as legislativas são "golpes terríveis na democracia".

Luís Filipe Lobo-Fernandes, que em carta aberta à líder do partido intitulada "O grau zero da política" anuncia a sua desfiliação do PSD, lamenta que Ferreira Leite tenha "imposto" a inclusão nas listas de Helena Lopes da Costa e António Preto, "presentemente arguidos em processos judiciais".

"Ora isto são golpes terríveis na democracia. Alguma 'esperança' que V.Exa aparentava protagonizar morreu na primeira curva. Afigura-se-me, ademais, que se perdeu todo o pudor e todo o respeito pelos cidadãos. Como militante do PSD (...) só posso concluir que a renovação de que a Senhora Drª Manuela Ferreira Leite fala assume foros de embuste", afirma este professor de ciência política.

Considerando que esta situação é "inaceitável", Luís Filipe Lobo-Fernandes disse confessar não saber "com que cara" Ferreira Leite "se apresentará aos eleitores nas próximas eleições. Mas será que não existem cidadãos cumpridores, cidadãos exemplares, sem processos de arguido, que possam integrar a lista de deputados?".

"Ao invés de se escolherem candidatos com provas dadas nas várias frentes do exercício profissional, técnico, e de cidadania activa, opta-se pelo carreirismo, pelos 'amigalhaços', num delírio sem limites. Aqui, temos de novo as mesmíssimas caras(...). Onde está, pois, a renovação de que tanto fala a Sra. Dr.ª Manuela Ferreira Leite?", afirma.

Para Lobo-Fernandes, "o cortejo [de candidatos] é, por certo, extraordinário: Miguel Macedo, João de Deus Pinheiro, tal como, pasme-se, um filho de um presidente de câmara de uma das autarquias locais do distrito. A indicação do Prof. Deus Pinheiro para cabeça de lista pelo distrito de Braga não faz qualquer sentido. Saiu de Braga em 1984, há mais de vinte e cinco anos. Em bom rigor, é (...) um autêntico atestado de menoridade ao terceiro distrito do país".

"Lamento dizê-lo com tanta crueza, mas isto é o PSD no seu pior!", diz, perguntando directamente à líder do PSD: "Onde pára, Senhora Dr.ª Manuela Ferreira Leite, a ética da responsabilidade? Onde está o espírito de serviço público? Mas será que ninguém presta contas?"

"Pergunto: como vai mobilizar a sociedade portuguesa se muitos dos protagonistas são arguidos, estão envolvidos em processos obscuros ou primam pela omissão? É imperioso, por outro lado, abrir os partidos a novos valores, empreender a renovação séria e consequente, e também pugnar por uma maior e melhor distribuição das elites", acrescenta.

Face a este cenário, Lobo-Fernandes, decidiu desfiliar-se do partido "precisamente vinte anos depois de entrar", considerando que o devia fazer "dando a cara" e explicando a sua saída antes das eleições.

(In Blog " Jornal de Notícias" - Foto Blog: Inséte)

4 comentários:

  1. E depois caluniam o Governo actual. Quem confia neste partido para formar governo em Outubro ? Flor

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  2. Palavras para quê se é o PSD de todas as certezas e verdades a actuar à sua maneira. E o que é engraçado que todos os dias se atrevem a dizer coisas que não lembra ao diabo. Como se estivessem cheios de razão e a sua casa fosse um modelo. Carlão - Faro

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  3. Não há partidos modelo em lado nenhum. E embora o PSD ( e não só) tenha feito uma campanha caluniosa contra o partido do Governo e o seu Chefe quando fazem uma asneira e tem sido todos os dias não se lhes pode tocar porque se queimam. Infelizmente ninguém está livre de ser apontado em coisa nenhuma. Mas o partido maior da oposição só tem dado desgostos aos seus militantes. Eu que não milito em partidos estou à vontade porque não estou preso a ninguém. Voto segundo as alturas
    e as pessoas. Nesta altura não tenho nenhuma mas mesmo nenhuma alternativa ao actual poder nacional. Um bom verão e com menos calor. Quim

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  4. Também sou da mesma opinião do Quim. Perante a demagogia reinante não aparece ninguém capaz de tomar conta de uma situação dificil como a actual. Se não tivessem sido tomadas medidas durante este tempo eu queria ver em que situação a gente estava. É que pedir, pedir, exigir, exigir e pouco dar em troca não é o suficiente para resolver a situação. Beja

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