quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O ORAGO



Cavaco Silva não se considera político, mas, depois de Salazar, é a personalidade com mais tempo no exercício de cargos da mais alta responsabilidade política. Cadilhe chamou-lhe “o pai do monstro”, responsabilizando-o pelas decisões que transformaram a Administração Pública no sorvedouro de recursos de que acusam Sócrates.
Num plano macro-económico, Cavaco Silva é o responsável pela eliminação da nossa frota pesqueira e pelos subsídios envenenados que reduziram a agricultura ao exotismo de que só agora vai recuperando.
É também o mais visível ideólogo do modelo económico obsoleto que levou o país à ruína. Foi preciso ele sair do governo para se apostar nas tecnologias que revolucionaram o sector exportador.
Porém, a ideologia cavaquista, baseada num pragmatismo de vistas curtas, fez escola e está na origem da miopia mental que afecta a generalidade dos “comentadores de economia”. É ela que os impede de verem as causas reais do nosso atraso, e de apresentarem soluções de desenvolvimento que não passem pela diminuição de salários.
Com este currículo, ainda há quem refira os conhecimentos de economia do Professor Cavaco Silva como mais-valia para um novo mandato à Presidência da República.
Que se há-de fazer? Idolatrar monstros não é fenómeno recente...

(Posted by José Ferreira Marques in A Forma e o Conteúdo - ImageM. Quadro de Kirsten Anderson )

2 comentários:

  1. Há cinco anos a conversa era a mesma. E porque haveríamos de acreditar nela agora ? Millord

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  2. Em poucas linhas aí está a história do Meste e Senhor Silva que teve todas as condições de fazer de Portugal um grande país mas......olhai senhores!
    Nelson

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