quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Violência infantil



É a terceira estalada que a gaja à minha frente dá na filha de 4 anos. Porque anda a saltar de um lado para o outro, porque não pára quieta, porque sim. Estremeço por dentro, mas olho à minha volta e parece que ninguém no café dá por isso. A empregada diz que a criança é mal educada, a mulher ao lado da mãe vira-se para a miúda e diz «És má, és má». E ninguém olha para a mãe – eu olho-a nos olhos com desprezo, mas infelizmente, não tenho coragem de me levantar e dar-lhe dois pares de estalos na fronha daquela puta. No fundo, sou tão culpado como ela.

( In " Aventar" por Ricardo Santos Pinto - Imagem: Net )

3 comentários:

  1. A violência traz sempre muitos culpados infelizmente. O pessoal ainda não entendeu que um ser indefeso também tem os seus direitos. Fernanda

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  2. Os maus tratos a crianças são um problema frequente em todo o mundo, e também em Portugal, embora não existam entre nós dados estatísticos precisos para avaliar a verdadeira dimensão do problema. Nos Estados Unidos, em que é obrigatória a declaração dos casos de maus tratos infantis, são registados anualmente mais de dois milhões de casos; este número, embora elevado, é inferior ao real, principalmente pela dificuldade em identificar determinados tipo de maus tratos, como o abuso sexual e a negligência e abuso emocional.

    Afinal temos todos a nossa parte para cumprir no que diz respeito a este tão grave problema.

    Nestor

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  3. Entre os muitos artigos do Estatuto da criança destaco estes dois:
    Art. 15 - A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos pela Constituição e nas leis.
    (...)
    Art. 17 - O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

    Pais, familiares, professores, todos em geral deviam ser informados desta legislação que eu acho não ser do conhecimento da maioria das pessoas.
    Mãe

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