quinta-feira, 26 de agosto de 2010
O danado medo pelos factos
«Posso?... Desculpem, posso?... POSSO?! Assim está melhor. Lembrei eu, aqui e ontem, que António Lobo Antunes dissera umas coisas sobre a Guerra Colonial. Mas não me demorei nas palavras dele. Talvez tivessem sido sábias, talvez erradas, mas não me interessaram para a crónica. Lembrei também que houve gente que prometeu umas bofetadas ao escritor. Mas também não foi isso que me trouxe à crónica. Nem dei razão para alguém se indignar, nem que a indignação era despropositada. Nem, até, me pronunciei sobre o ameaçar com porrada quem se limitou a palavras. Está claro? Resumindo: nem aquela opinião de Lobo Antunes, nem o direito à indignação de antigos combatentes, nem a tareia como método - não escrevi sobre isso. Ponto. Falei de outra coisa. Um homem que, nas últimas décadas, conheci (de fora, tal como o leitor talvez o conheça) a expor-se, a não recear polémicas, a oferecer-se ao julgamento público de quem com ele não priva nem é amigo, esse tal Lobo Antunes, foi acusado de cobarde no passado fim-de-semana. Foi acusado de ter fugido a um encontro por receio de "levar no focinho", como se disse e escreveu. Gente solta, jornais, televisões, rádios e blogues chamaram-lhe cobarde. Eu chamei factos. Há meses que as ameaças existem e há meses que Lobo Antunes (demonstrei) faz vida pública sem fugir. Foi disso que falei, e não foi pouco. » [DN]
Parecer:
Por Ferreira Fernandes.
(In Blog O Jumento - Imagem: Net )
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"António Lobo Antunes admite que o tema da guerra é sempre "quente e sensível" e, por isso, percebe algumas das reacções às declarações que fez durante uma entrevista publicada no livro Uma Longa Conversa com António Lobo Antunes, do jornalista João Céu e mais polémicos do livro, Lobo Antunes afirma: "Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava e, como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros."
ResponderEliminarLobo Antunes
Este alarido à volta das declarações é uma pura patetice. Todos sabemos o que se fez em Angola, Moçambique e Guiné. Não atirem areia para os olhos. Bandeirante
Acho que poderá ficar mais claro se se colocar a outra crónica do jornalista Ferreira Fernandes. Posso ? - Aqui fica:
ResponderEliminarBardamerda para a cobardia
por FERREIRA FERNANDES24 Agosto 201054 comentários
Em Setembro de 2009, foi lançado um livro de entrevistas a António Lobo Antunes, onde ele falou da guerra em Angola de forma que não agradou a antigos combatentes. Desde aí, apareceram ameaças na Internet. Vou enumerar datas e locais onde teria sido possível partir a cara a Lobo Antunes, de 67 anos. Em 22 de Outubro, no São Luiz, Lisboa, ele lançou o seu novo romance. Em 26 de Novembro, esteve em Caldas da Rainha a apresentá-lo. E, a 6 de Dezembro, na Biblioteca de Nelas. Em 5 de Março esteve com Fátima Campos Ferreira no Casino da Figueira. Em Maio casou, em cerimónia que a revista Caras avisou. A 20 desse mês apresentou o livro de Pedro Rosa Mendes, na livraria Buchholz, em Lisboa. A 7 de Julho deu uma conferência de imprensa, em Lisboa, com artistas franceses. Em 24 de Julho debateu com Eduardo Lourenço na Faculdade de Letras de Lisboa... São sítios públicos onde ele foi quando já circulavam ameaças de agressão. Destas não sei nada. De Lobo Antunes vejo que não fugiu delas. No sábado, o Expresso contou as ameaças que já circulavam há meses na Internet e que o escritor conhecia. Nesse dia, ele ia a um encontro em Tomar. Por razões que ele já explicou, não foi. Mas juntaram a não ida ao medo de ser agredido! Lobo Antunes disse, ontem, ao DN: "Querem fazer--me passar por aquilo que não sou: um cobarde." É o que diz o rol que aqui deixo. Não é.
José G4
... Nota-se perfeitamente de onde partem estas atoardas caceteiras.
ResponderEliminarMuitos dos 'ofendidos' já serão portadores da doença de Alzheimer e, portanto, pensarão que se andou nas Colónias
a dar milho aos pombos.
Vão mas é dar banho ao cão!
Um abraço
César
Cesar e restantes amigos: Estes desaparafusados pensam que nos enganam. Podem enganar a malta de hoje que pouco conhecimento tem desse passado. Mas realmente aproveitem e vão dar o tal banhito ao cão. Abraço As Vozes......
ResponderEliminarHá sempre por aí uns patriotas que gostariam eternamente de usar a G3 às costas. É lá com eles. Não venham é provocar os outros que gostam de viver em sociedade recordando os bons e os maus momentos do passado. As verdades nunca fizeram mal a ninguém. Sargento Mor
ResponderEliminarLobo Antunes, eu não gosto de todos os seus livros, mas gostei da sua frontalidade o que causou alguma repulsa em militarecos de 3ª. E Viva Portugal Democrático.
ResponderEliminar36 Anos depois da Guerra alguns que se serviram dela onde ganharam bom dinheirinho, ainda prometem pancadaria a quem tem coragem de dizer certas verdades.Mello Geep Angola - 71
ResponderEliminarEstou 100% com Lobo Antunes . Abomino os ditos dos tais militares que envergonham Portugal.
ResponderEliminarMica