Baptista-Bastos, a propósito do Roteiro de Cavaco Silva. Hoje, no DN.
«Estranha conclusão. O homem é o que é: um medíocre brunido, formal e
liso. Com penosa disposição li o texto, porque o alarido a tal me
impelia. Os habituais tropeços nas preposições, o confuso desalinho com
as adversativas, e a ausência total de qualquer ideia. O costume da
banalidade, elevado à nobre condição de "tema." (...) As vinte páginas
do extraordinário texto são o retrato (haja Freud e a nossa paciência!)
da insólita personagem que nos coube na vida. Custa-me dizer isto: mas o
dr. Cavaco, o que diz e o que não diz, e não faz, estão longe de poder
ser levados a sério. (...)
A pátria está de pantanas, os jovens abandonam o país onde nasceram; os
desempregados fazem multidão; os velhos morrem sós, de fome e de
miséria; os suicídios aumentam; todos os ofícios e corporações são
atravessados pelo despautério de uma política assassina; e a figura que
está em Belém demonstra-se incapaz de admitir qualquer conteúdo dos
assuntos correntes.
Disse, após mais de um mês de reclusão, que vai ensinar os portugueses a
conviver com a crise, e que tem mais experiência política do que a
maioria dos seus antecedentes. Perante isto, creio que temos de redefinir a natureza das nossas decepções e os modos de tornar eficazes o que nos indigna.»
(O realce é meu.)
Como sempre o Batista Bastos é do melhorzinho que temos nos tempos que correrm. Chama-os a todos pelos nomes que merecem. J.Paulo
ResponderEliminarA bata fica-lhe bem mas nunca como Presidente da Republica.
ResponderEliminarA.B.S.B