sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Daqui a seis meses....








Daqui a seis meses, mais dia menos dia, ou até antes, ver-se-á que tudo está, nem sequer na mesma, mas pior. E foram mais seis meses de sacrifícios sem sentido para milhões de portugueses, o Sísifo empurrando a pedra eternamente, como punição infernal  "por viver acima das suas posses". Nessa altura, ou antes, o governo cai, os governantes voltam ao "privado" de onde nunca saíram, uns por cima como mandantes, outros por baixo como empregados, o sistema político sofre de uma "italianização" nas urnas, se o caminho for de eleições, e cada peça do corpo institucional, Presidente, partidos, Tribunal, ficará a contorcer-se  para o seu lado, sem nexo. E este não é o pior cenário. Há pior. O problema é que todos sabem disto e ninguém faz nada.
 
In Abrupto de JPPereira - Imagem : Net

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Vitinho ou a teimosia de um jumento

Luís Reis, em «E tudo o Vítor levou»

«Vítor Gaspar escolheu um caminho perigoso que vai esfrangalhar a classe média e levar milhares de portugueses à miséria. E mesmo sabendo que está a perder, Vítor Gaspar continua a jogar e a fazer 'bluff', fazendo de conta que está a ganhar. Não tem um único trunfo, mas é incapaz de pestanejar. O ministro das Finanças parece um jogador de Sudoku que se enganou a colocar um número mas que vai continuar a jogar para nos provar que não se enganou, mesmo sabendo que as contas no final nunca vão bater certo».

Pedro Sousa Carvalho, em «Vítor Gaspar anda a jogar Sudoku com as contas públicas»

«O ciclo vicioso está criado e não saímos dele sem negociar. O meu ponto é que mais vale agora, com o crédito de cinco avaliações positivas, do que quando a situação económica e social piorar. Se o governo perder a sua base social de apoio, de pouco nos servirão os repetidos elogios internacionais. As últimas semanas permitem perceber que estamos perto do limite. É essencial que as pessoas continuem a confiar que o governo, inclusive o ministro das Finanças, está do seu lado e não do lado dos credores».

Paulo Lopes Marcelo, em «Como se diz negociar em inglês?»

Três textos de opinião do Diário Económico de hoje (que cita ainda Karl Popper: «Não é possível discutir racionalmente com alguém que prefere matar-nos a ser convencido pelos nossos argumentos»).




(In " Ladrões de Bicicletas "

domingo, 7 de outubro de 2012

O ENXOVALHO


O momento mais vergonhoso do debate das moções de censura ao governo: Passos Coelho ouve com deleite o deputado comunista Honório Novo a tripudiar Paulo Portas. O que dizia Honório? Lia a carta que o líder do CDS-PP enviou em Julho aos militantes do partido opondo-se a novos impostos. Portas foi enxovalhado de forma humilhante. O momento em que o primeiro-ministro e o ministro Relvas perderam a compostura, ignorando a solidariedade devida a um parceiro de governo, debochando como se estivessem no Parque Mayer, fica para a história negra da democracia. É bem certo que a vingança serve-se fria.


Etiquetas: Deboche, Parlamento

posted by Eduardo Pitta at 10:05 a.m. url

(In Blog  DA LITERATURA )

sábado, 6 de outubro de 2012

Se um dia tiver de ser escolhido uma data para simbolizar o percurso político de Cavaco Silva é muito provável que seja escolhido este 5 de Outubro, o último celebrado num dia feriado, pelo menos enquanto o país não se livrar deste quarteto formado pela troika mais o governo de Passos Coelho.

Cavaco começou por pedir a mudança da cerimónia para um local mais resguardado do povo e sem a presença desse povo incómodo e perigoso que é o português, para a Praça do Município ficou apenas o hastear da bandeira. Quis o destino que depois de muita atrapalhação Cavaco Silva hasteasse a bandeira ao contrário.

Feita a figura triste do hastear da bandeira seguiu-se a cerimónia para os convidados ilustres, loge de povo feio, pobre, mal cheiroso e que cospe para o chão, o ambiente estava bem composto com os representantes oficias da República, de fatos bem engomados e gravatas de seda. Não ficava bem a Cavaco dedicar o discurso às vacas da Ilha Graciosa e, talvez porque no seu tempo as escolas abriam a 6 de Outribro, optou por dedicar o discurso à abertura do ano escolar. Em Portugal não é uma crise financeira muito desejada pela direita extremista, o povo não sofre, o progresso social não está a se eliminado para o país regressar ao século XIX, nada disto sucede e o Presidente dedica o seu discurso aos jovens, o futuro de serviço dos políticos sem grande coragem.

(IN Blog O Jumento - Imagem TVI )